domingo, fevereiro 13, 2005

Qual o melhor IDE ?

Como nestes próximos tempos vou estar bastante ocupado no projecto programando em JAVA, ando à procura de um IDE (Integrated Development Environment) - ou Ambiente de Desenvolvimento Integrado, na língua de Camões - que me permita potenciar a produtividade, e para mim, os aspectos essenciais que me dão mais jeito são:


  1. Em primeiro lugar, que me dê a capacidade de aceder à documentação de JAVA da forma mais rápida e eficiente possível sem ter que estar a perder tempo a perder tempo a fazer cliques para encontrar o documento referentre à classe da biblioteca de Java de que preciso.
  2. Que seja initituitivo, isto é, que eu não ande perdido uma eternidade à procura como se faz uma "merdazinha" que se faz num instante num outro IDE a que eu já esteja acostumado
  3. Permita detectar erros que normalmente não se detectam entquanto se está a escrever o código, isto que só são detectados em tempo de execução, ou seja.
  4. Capacidade de auto-completar expressões bastante vulgares como por exemplo escrever automaticamente as duas expressões mais compridas e vulgares que existem em Java e que são:

  5. public static void main(String[] args)
    {
    //...
    }
    e
    System.out.println("blablabla");
  6. Eu sou uma pessoa que se chateia com facilidade com repetições, nem as posso ver à frente, e um IDE que me permita evitar chatices é um passo decisivo para entrar nos meus gostos.

Tenho andado a experimentar três IDEs: o JCreator, o Netbeans e o Eclipse. De todos o que eu uso há mais tempo é o JCreator, pois é escrito em C++, tendo um tempo de arranque bem mais curto que os outros dois, é intuitivo e facilita imenso a navegação nos javadocs, mas não tem capacidade de detectar erros que normalmente só se encontram em tempo de execução, coisa que os outros dois IDEs - o Netbeans e o Eclipse - sabem fazer e bem. Por outro lado, estes dois últimos têm uma capacidade de integração com CVS bastante avançada (o JCreator só incluiu esta propriedade na última versão - a 3.5) e o NetBeans traz já integrado um editor ao estilo de Visual Basic para quem gosta de desenhar caixas, janelas e botões para o Swing (a biblioteca para criação de GUIs do Java), para não falar de trazer um servidor de JSP - o Tomcat. O Eclipse é que não traz de raíz um editor gráfico - mas essa falha pode-se corrigir, puxando o respectivo plug-in. Mas, falando a sério, o Eclipse não é editor exclusivo para JAVA, a sua extensibilidade é muito maior. Aliás o Eclipse, é de acordo com a IBM, que o criou e depois o libertou para o movimento open-source, um "meta-IDE", ou melhor, uma espécie de ambiente de criação de IDEs, uma vez que pode ser facilmente integrado com qualquer linguagem, havendo já plug-ins para C++, Perl, Python, Bash e PHP. É verdadeiramente um IDE "multi-plataforma". Apesar da grande sofisticação destes dois últimos IDE's, não estando em nada abaixo de IDEs mais profissionais e comerciais como o Visual Studio .NET da Microsoft, o preço a pagar por esse facto e por serem escritos em JAVA é o tempo de arranque e o gasto de recursos: tanto o NetBeans como o Eclipse são dois devoradores de memória e levam mais de um minuto a arrancar desde o momento que clico no icone até ser possível escrever alguma coisa. Quanto ao gasto de RAM, eles começam de mansinho nos 50 MB, mas dali a dez minutos já andam nos 100 MB. Não, recomendo, por isso, a utilização destes IDEs a quem tiver um computador mais lento que 1 GHz e menos de 256 MB de RAM (o meu tem 1800 GHz e 384 MB).
Apesar de tudo, os IDEs baseados em JAVA tem a vantagem que é o grande slogan da linguagem criada pela Sun: Compile one time, run everywhere, pode-se trabalhar em qualquer SO.